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Psicologia, cinema e aversividade

  • joararubim
  • 5 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

Obs.: Filme 6 Balões disponível na netflix.

ALERTA SPOILER ^^

Além do filme ser incrível, com cenas muito bem trabalhadas, os detalhes que sempre admiro em uma produção independe, como cenas focadas em pequenas coisas como quando a Katie sobe em um banco para colar as bandeirinhas de “feliz aniversário”, como se quisesse dar a entender que ela estava prestes a cair (que no caso da psicologia podemos entender que ela estava prestes a cair nas próprias emoções, ou seja, no sentimento de “obrigação” com a dependência química do irmão). Não vou me atentar aqui sobre a minha regra de querer ser científica, usar termos próprios da análise do comportamento (sim, nós temos um vocabulário próprio e eu já percebi que me prendo muito a regras de querer tudo muito bem explicado e acabo sendo prolixa). Vamos analisar a história de vida de um dos personagens principais desse filme, que na minha opinião é mais a história da Katie e de como ela lida com o irmão, do que a dependência química em si (que é um problema de saúde pública). Katie é uma jovem mulher, que está organizando uma festa de aniversário para o namorado, com a presença dos pais, podemos hipotetizar que ela seja uma profissional formada em administração, tem 28 anos, mora com a mãe. Nota-se que ao longo de todo filme existe uma voz que é como se fosse o imaginário de Katie, isso me fez lembrar muito de uma estratégia que usei nos meus atendimentos em psicologia clínica, pois bem, as vezes, para entendermos e aprendermos a lidar com certos sentimentos, que podem ser eliciados em certas situações é preciso que criemos isso no nosso imaginário, a voz fica a maior parte do tempo pedindo pra ela pensar no que faria se o barco estivesse afundando, se ela não pudesse guiar o barco, se ela não tivesse remos, se ela não pudesse remar, enfim, a voz vai falando e ela vai se imaginando naquelas situações e podemos pensar que Katie tenha desenvolvido um padrão adaptativo a partir dessas imaginações, de como ela lidaria com determinada situação, e eu interpreto dessa maneira porque no final o que ela faz é deixar o irmão dela tomar a decisão sozinho, ou seja, isso deve ser algo que a Katie quisesse fazer a muito tempo (deixar o irmão decidir sobre a própria situação), eu penso isso porque me foi sinalizado aspectos característico do transtorno do pânico (ex. na última cena dentro do carro, no quarto na hora de se vestir porque ela fica parada pensando) (obs.: é claro que isso são hipóteses) e que esse sentimento de “obrigação” que ela tem com o irmão também pode ter uma função (entender as funções dos nossos comportamento é muito importante) de esquiva do ambiente social. Nesse sentido, quando Katie estava entre levar o irmão para realizar mais uma desintoxicação no valor de 5 mil dólares e/ou deixa-lo em abstinência as cenas se entrelaçam de forma contigencial, tanto ao fato de entrar em contato com os familiares, como comunicar a situação de entrar em uma zona de risco e ajudar o irmão a consumir determinada substância antes de finalmente chegar ao aniversário do namorado. Isso pode ter sido o que mais levou Katie a sentir-se como inadequada, a entrar na festa e não conseguir se animar, não só naquela situação, mas ao longo da vida, ter que “ir contra” ao que a família pensa e estar ao lado do irmão, apoiando-o e acreditando nele o que pode ser um grande desencadeador de uma ansiedade.

Spoiler: 6 balões não é relativo à festa e sim pq a substância estava enrolada em “plástico de balão”. 

Comenta, você já chegou até aqui :)))))) #textomeu


 
 
 

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